domingo, 13 de março de 2022

Echoes in a further range

CD – Creative Sources Recordings – CS 733, Lisbon 2022






1. I - 14'41''
2. II - 10'30''
3. III - 10'28''
4. IV - 12'55''





Anna Kaluza - Alto Saxophone
Edith Steyer - Clarinet & Alto Saxofone
Ernesto Rodrigues - Viola
Guilherme Rodrigues - Cello
Ulf Mengersen - Double Bass



Recorded November 2021, Berlin
Fotolazy by Elisa Scarpa
Cover design Carlos Santos

 

Reviews



And per the previous entry, bowed string instruments retain a fascination for me, meaning that I've surely discussed a disproportionate share in this space.... That includes albums by a prolific string player such as Ernesto Rodrigues, who besides his amazing work curating Creative Sources, continues to release a variety of stimulating & enjoyable ensemble results of his own. While that embraces a wide variety of style, there's something of an orientation on other string players there too, including of course cellist Guilherme Rodrigues. And the latter made the recording of the recent quintet album Echoes in a further range last November in Berlin: It's another substantial album from the Rodrigueses, including Ulf Mengersen on double bass, as well as Anna Kaluza & Edith Steyer on alto saxes (with the latter also on clarinet). There's also more of a classical-romantic traditional approach to the music being articulated across what can feel like a four-movement "sonata" form, including a lyrical orientation that seems to suit Guilherme Rodrigues well, but also some extended techniques & investigations of stillness. In this, both viola & cello participate regularly in the "front line" of the interaction, including virtuosic contributions (e.g. double stop passages) at times. There's still a sense of register, though, such that Echoes in a further range doesn't present as as "egalitarian" as e.g. the (D)IVO sax quartet (reviewed here last month), i.e. the bass plays a more foundational role: Upper registers thus suggest a kind of font or flowering from below, with cello-tenor at center (or as stem?). Although Ernesto Rodrigues is actually the only musician in common, the result recalls the Lisbon String Trio for me too, i.e. their inclusion of different horn players, e.g. Blaise Siwula on K'Ampokol Che K'Aay: There's a similar sort of intricacy & formal arrangement, although the albums differ thematically — & of course Echoes in a further range now involves two horns, forging a quintet. (And I was unfamiliar with Kaluza, but Steyer had been mentioned here, in April 2019, with the Bertch Quartet, in an entry around Henk Zwerver. And Mengersen had also appeared on Creative Sources already, but his previous mention here was actually with the "DIY"-vibe album, Grappling with the Orange Porpoise, in July 2020....) Per (D)IVO, the interaction also involves great clarity & spacing, i.e. often a classical sense of chromatic space & counterpoint. There's also more contrast in tempi. Indeed, Echoes in a further range projects considerable mastery around a "classical" (but extended...) string backbone, horns coming both to intensify & mellow the timbres of that backbone. There's then a relatively easy sense of melody & harmony, far ranging, but not really pushing boundaries. (And so notable for its fluency....) I thus tend to think of this configuration as developing a newly-classic idiom for contemporary improvisation around strings (i.e. still a quintet, but instead of percussion/piano). And that does include a jazzy, & certainly a rhetorical (or even languid...), feel at times — wrapped in a satisfying (overall, formal) package. A lot happens too, i.e. alluding to a wide range of human activity & feeling.... Todd McComb's Jazz Thoughts

What is the essence of Ernesto and Guilherme music? I would say is a perfect, creative, unrepeatable and irreplaceable mixture, or better to say superposition of free improvisation, free jazz, free minimalism, and last, but not leas contemporary chamber music. "Echoes in a Further Range" is a masterpiece, recorded in Berlin
with two phenomenal female read players: Edith Steyer, and my beloved Anna Kaluza½, who has already several entries in this book. There is nothing to add, just listen to this outstanding music and enjoy. Me, I have to nish version 2 of this book! Maciej Lewenstein

terça-feira, 8 de março de 2022

Cosmos

CD – Creative Sources Recordings – CS 731, Lisbon 2022

















1. I - 13'22''
2. II - 06'30''
3. III - 18'04''
4. IV - 15'40''



Ernesto Rodrigues - Viola
Guilherme Rodrigues - Cello
João Madeira - Double Bass



Recorded January 2022, Lisbon
Collage by Nina Frazer
Cover design Carlos Santos


Reviews

Rodrigues family is very productive, so closing this book is very hard for me... Here is their recording at Cosmos, Lisbon in January 2022 with a trio with my beloved João Madeira on double bass. The music is similar to the one of the "Echoes in a Further Range", see above. It is also a suite in four movements, but the main difference is that this a pure string trio. In a sense this is "Rodriguesism" at its essence and roots: the world at the end is nothing else, but is a string ensemble. Marvellous! Maciej Lewenstein

Il trio di musicisti portoghesi all’opera in questa incisione celebra la musica per strumenti ad arco, si tratta di una lunga improvvisazione divisa in quattro parti in cui si rincorrono i fantasmi di quella che è la musica d’avanguardia di provenienza americana, lo String Trio of New York o il violinista Leroy Jenkins ed il suo Revolutionary Ensemble, e la musica europea più moderna per trio o quartetto d’archi. I tre sono João Madeira al contrabbasso, Ernesto Rodrigues alla viola e Guilherme Rodrigues al violoncello. Procedono compatti come gruppo esplorando le possibilitá dei loro strumenti, sia con l’archetto che in pizzicato, offrendo momenti molto intensi, in cui gli archi costruiscono momenti di tensione che lentamente si sciolgono, un procedere empatico fra i tre mentre i suoni si accavallano come ondate che arrivano all’ascoltatore coinvolgendolo in quello che sembra un rito. I quattro movimenti scorrono veloci, fra assoli e collettivi, fra momenti più rarefatti e altri più magmatici, in un continuo caleidoscopio di idee. Vittorio (MusicZoom)

Gravado ao vivo no Cosmos Campolide, este disco junta o violinista Ernesto Rodrigues com o seu filho Guilherme Rodrigues no violoncelo e João Madeira no contrabaixo, numa exploração da improvisação livre. A discografia do improvisador Ernesto Rodrigues é quase impossível de acompanhar. Ao longo dos últimos vinte anos, através da sua label Creative Sources, Rodrigues tem editado centenas de gravações (está a aproximar-se das 800!), e neste seu catálogo incluem-se alguns grupos regulares - particularmente o Lisbon String Trio (com Miguel Mira e Alvaro Rosso), o String Theory e o ensemble IKB - , mas sobretudo formações ad-hoc, muitas vezes com esses encontros musicais a acontecerem pela primeira vez.  A produção discográfica de Ernesto Rodrigues continua neste ano de 2022 a ser alimentada por múltiplas colaborações, sobretudo parcerias com músicos nacionais como Bruno Parrinha, Luís Gonçalves e Maria da Rocha, entre outros - como porta de entrada para este enorme universo, vale a pena espreitar a sua página Bandcamp. A música de Ernesto sempre revelou um gosto pelo detalhe, pelo pormenor, e a sua aproximação a abordagens musicais minimalistas (near silence, lowercase, reducionismo) levou-o a ser considerado um dos expoentes mundiais dessa exploração. Contudo, a sua música, embora também inclua esses elementos, não se fica por aí.  Da produção mais recente destaca-se “Affinity Suite”, registo de um concerto na SMUP, na Parede, onde Ernesto Rodrigues sai da sua zona de conforto, estando acompanhado por um grupo de músicos mais ligados à improvisação livre/free jazz: José Lencastre (saxofone), Miguel Mira (violoncelo), Hernâni Faustino (contrabaixo) e João Lencastre (bateria). Também registado ao vivo, “Cosmos” foi gravado em trio, com o seu filho (e parceiro habitual) Guilherme Rodrigues no violoncelo e João Madeira no contrabaixo. Este disco documenta uma atuação do trio no Cosmos Campolide, um espaço cultural recente que partilha instalações com o Campolide Atlético Clube, em Lisboa. “Cosmos” funciona como uma suite que se divide em quatro partes. Ernesto (violino), Guilherme (violoncelo) e Madeira (contrabaixo) formam um clássico trio de cordas e desenvolvem uma música improvisada que se aproxima da música de câmara. O trio vai trabalhando uma improvisação que assenta na comunicação e diálogo, com os três músicos a lançarem ideias, responderem, interligarem-se, fazendo a música evoluir. Sendo o disco marcado sobretudo pelo som do arco, os três músicos servem-se também de técnicas extensivas, criando outros sons, menos convencionais, que levam a música a seguir por outras direções.  O trio atravessa diferentes ambientes, de momentos de maior contenção até explosões de alta intensidade; e o ouvinte fica envolvido ao acompanhar no processo, vai ficando sempre curioso. Particularmente interessante é a parte III, nas suas variadas oscilações. Sendo impossível acompanhar toda a produção de Rodrigues, vale sempre a pena dar atenção a alguns dos seus trabalhos. Neste “Cosmos” o violinista joga em casa, num terreno musical que lhe é familiar - embora, como acontece na improvisação, exista sempre espaço para a surpresa. Nuno Catarino (Jazz.pt)

[...] Working through the four-part Cosmos suite, the Rodrigues duo and Madeira turn away from the melodic mores of their instruments to scratch, stretch and strop timbers even as the piece evolves in broken octave triple counterpoint. Halving and doubling the tempo at various junctures, the two higher-pitched instruments use spiccato jumps and jolts to advance the exposition while the bassist’s thumps and pulls steady the advancement. As the tri-layer narrative is established, all three torque the presentation with additional buzzes and strains. Energy expressed in whistling string squeaks and guiro-like ratcheting creates the discordant but open presto strokes that conclude the combinations “Cosmos III” provides the greatest improvisational scope. At 18-minute plus, the simple moderato tempo moves up to staccato sawing so that the 12 strings respond with such vigor that the bows appear to bounce off the strings into the air. Wood vibrating hard plucks from the cello and bass become so percussive that they reorient the track towards full dissonance, only to be drawn back when near-cooing lyricism from the viola transforms contrast into connection. Ken Waxman (JazzWord)

Trio alto (Ernesto Rodrigues), violoncelle (Guilherme Rodrigues) et contrebasse (João Madeira). Il n’y a rien à faire, je suis friand des groupes d’improvisation réunissant exclusivement des instruments à cordes de la famille des violons. Que ce soient les associations au tour des Rodrigues père et fils, surtout avec leur ami Madeira qui les connait si bien, que le String Trio d’Harald Kimmig Alfred Zimmerlin et Daniel Studer ou le Stellari Quartet qui réunit Phil Wachsmann, Charlotte Hug, Marcio Mattos et John Edwards, je suis toujours aux anges tant la qualité de son, l’intime proximité de chacun des cordistes, la conviction qu’il s’agit de la meilleure combinaison instrumentale pour violon, alto, violoncelle et contrebasse. En outre, l’alto, instrument, très exigeant, a cette particularité d’être plus riche au niveau textures et densité des timbres que le violon. Voilà ! On n’a de cesse de d’écouter et réécouter leurs spirales et volutes infinies, pizz puissants et sauvages, harmoniques filtrées, accents nasillards, contrepoints spontanés, et leurs assemblages mouvant d’idées et d’esquisses concertées et déconcertantes, cadences brisées, fuites en avant, tutti vibratiles, échos fébriles, col legno subtils, ralentandos touffus, cafouillages hystériques, col legno subtils, sonorités s’amplifiant par la magie des pressions plus intenses de l’archet, …. Cascades et touffus sous-bois, landes désolées et ample rivière qui s’écoule presqu’en silence. Les figures et leurs évolutions traversent bien des paysages sonores et de multiples colorations. L’auditeur en retire un sentiment d’infini, une plénitude sans nom, celui d’une écoute intense et d’un trilogue forcené où le moindre son compte même s’il est avalé par le temps. L’énergie du free primal conjoint à une science musicale raffinée. Sans doute une de leurs meilleures réalisations parmi beaucoup d’autres.
P.S. : On a entendu les Rodrigues avec Matthias Bauer et Dietrich Petzold (dis-con-sent) ou Klaus Kürvers et Julia Brussel (Fantasy Eight) ou dans l'Iridium String Quartet, pièces de choix du tout-violon-alto-cello-basse sur le label Creative Sources vers lesquels vous feriez bien de vous ruer, ça vous changera des saxophonistes testostéronés et des guitaristes destroy. Jean-Michel Van Schouwburg (Orynx)