1. I - 42'51''
2. II - 30'35''
Ernesto Rodrigues - Octave Viola & Baritone Violin
Abdul Moimême - Electric Guitar
Antez - Percussion
Recorded in February 2016, Lisbon
Reviews
Pouco importa saber se houve antecipadamente o propósito de criar uma música “mineral” para a gravação de “Basalto”, ou se tal aconteceu acidentalmente, como de resto é próprio da improvisação. O certo é que, com a junção de Ernesto Rodrigues, para mais recorrendo a um violino barítono, de Abdul Moimême, com as esculturas de chapa com que prepara a guitarra eléctrica, e da percussão ribombante do francês Antez, estavam reunidas as condições para que a música resultante do encontro fosse cavernosa e tivesse ressonâncias de pedra. As novas correntes da música improvisada mais ou menos alinhadas com os conceitos reducionistas não têm por hábito (é até considerado proibitivo por alguns) sugerir estados de espírito ou emoções particulares, mas está aqui uma notável excepção: este é um disco escuro, inquietante, por vezes, inclusive, sinistro. Chega a lembrar as actuações que Lustmord fazia há uns anos em grutas profundas, ainda que descontando o factor do estilo industrial e tendo presente que este CD é predominantemente acústico, enquanto Lustmord é um nome da electrónica “dark”.
Os dois longos temas compilados fazem-nos viajar por um pesadelo sem sobressaltos, suave e inebriante. Mas é uma curiosa viagem: não seguimos em diante, descemos. Para cada vez mais perto do coração da Terra, até perdermos a consciência de onde estamos. A esse processo dificilmente poderemos chamar “iluminação”, tal como os místicos de várias religiões fariam, devido às conotações negras muito próximas, mas também não se trata de escapismo ou de alienação. Fiquemo-nos pela explicação de que é uma forma – especialmente brilhante – de entender por dentro o que é uma rocha ígnea eruptiva e de composição máfica. Rui Eduardo Paes (Jazz.pt)
Aptly called "Basalto", the black rocks resulting from lava, the music is hard, organic, ungiving, harsh and structured around a tonal center without much variation except for the timbral shifts grinding like tectonic plates under severe pressure, yet without any hope to get release from the relentless tension. Ernesto Rodrigues plays octave viola and baritone viola, Abdul Moimême is on electric guitar and Antez plays percussion, although it is hard to identify what sounds come from which instrument on the two long tracks. The music creates a sonic universe that is broad and deep, giving something fundamental and strange, like the status of our planet even before life came to be, when only rocks and water and air and fire were fighting slowly and majestically and unavoidably for their own space.
Rodrigues has become a real advocate for his kind of music, creating exceptional listening experiences to open-eared audiences, working to give other musicians the chance to release like-minded electroacoustic and avant-garde music on his Creative Sources label. Stef (Free Jazz Collective)
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